Normalmente, as células sofrem um processo de divisão (cada célula dá origem a duas iguiais, entre si e à primeira-ciclo celular), estando em constante renovação ao longo da vida de um ser. Quando esta divisão não ocorre normalmente, o nosso organismo possui um sistema que detecta o erro, levando ou à paragem do ciclo celular (caso este não tenha terminado) ou ao aniquilamento da célula (a este processo dá-se o nome de apoptose).
Se, por algum motivo, não ocorrer a apoptose, iremos ter no nosso organismo uma célula estranha, que irá começar a dividir-se com mais frequência do que o normal (perda do controlo do ciclo celular), dando origem a uma população de células em proliferação descontrolada, o que irá formar uma massa de células (tumor).
Diz-se que o cancro é uma doença genética, uma vez que os erros ocorridos na divisão celular ocorrem ao nível do material genético (ADN). A estes erros dá-se o nome de mutações.As mutações podem ser:
- Cromossómicas (ao nível do cromossoma)
- Génicas (ao nível do segmento de DNA)
As mutações que originam cancros, ocorrem em sítios específicos: ou em proto-oncogenes ou em genes supressores de tumores.
Os proto-oncogenes são genes que codificam uma proteína envolvida no controlo da divisão celular, têm a capacidade de estimular a divisão celular, mas estão normalmente inactivos em células que não se dividem. Se, sobre eles, actuarem agentes mutagénicos, capazes de desencadear mutações, estes genes podem alterar-se e passam a estimular permanentemente a divisão celular, ou seja, passam a oncogenes.
Os genes supressores de tumores são genes que codificam proteínas envolvidas no controlo da proliferação celular, contrabalançando o estímulo proliferativo dos proto-oncogenes com uma acção inibidora. Estão normalmente activos, bloqueando a divisão celular, mas, os agentes mutagénicos podem alterá-los, permitindo, deste modo, que as células se continuem a dividir.